Tempo de leitura: 4 minutos
Redução de tempo e custo em tratamento de efluentes: revise seus parâmetros de controle
Quantas vezes percebemos que os parâmetros de controle e monitoramento da estação de tratamento de efluentes são insuficientes? Infelizmente, a resposta é “frequentemente”.
Poderia reduzir tempo e custo implantando-se uma base regular de registro dos principais parâmetros de controle e monitoramento da ETE.
A regulamentação das faixas operacionais ideais dos principais parâmetros podem ajudar a prever eventos críticos no processo e permitir medidas corretivas mais adequadas antes que o processo atinja uma condição crítica.
Parâmetros de controle e monitoramento em processos de lodos ativados incluem:
1 – DBO Demanda Bioquímica de Oxigênio
Estações de tratamento biológico de efluentes são projetadas e operadas com base na DBO ou DQO (demanda bioquímica de oxigênio ou demanda química de oxigênio). A concentração de DBO em mg/L no efluente pode ser utilizada para calcular a carga total de BOD por dia a ser tratada. Isto é simplesmente feito através da multiplicação do BOD em mg /L, o volume de efluentes por dia, em metros cúbicos (m3) e dividindo o produto em 1000.
2 – SST Sólidos Suspensos Totais
Este parâmetro é essencial para o cálculo do A/M e IL (idade do lodo)
Frequentemente, o parâmetro SSV sólidos suspensos voláteis é utilizado, este refere-se a fração orgânica/volátil do SST.
3 – Sólidos Decantáveis
O sólido decantável é medido em cones Inmhoff, com repouso durante 30 minutos para amostras do tanque de aeração e 60 minutos para amostras do efluente final.
Através do teste de sedimentabilidade é possível também calcular a vazão de retorno de lodo.
4 – A/M DBO (Kg/d)/SSV (Kg)
Uma relação amplamente utilizada é A/M ou F/M (Food-to-Microorganismsratio). Tal baseia-se no conceito de que a quantidade de alimento ou substrato disponível por unidade de massa de microorganismos é relacionada com a eficiência do sistema.
Deve ser calculado diariamente.
Em geral, quanto menor o A/M maior será a eficiência de remoção de DBO.
5 – IL Idade do Lodo (tempo de residência celular) em dias
A idade média do lodo ou tempo de retenção celular pode ser definido como a massa de sólidos (SST) no sistema, em qualquer tempo dividido pela massa de sólidos excedente diário.
Alta idade do lodo é necessária para determinados objetivos específicos, como a nitrificação.
Em contrapartida, problemas de sedimentabilidade do lodo podem se apresentar caso a idade do lodo esteja alta.
6 – OD Oxigênio Dissolvido
O oxigênio dissolvido deve ser mantido entre 1 e 3 mg/L em ao longo do tanque de aeração.
Quando for necessário a nitrificação o oxigênio dissolvido deve ser de 2 mg/L ou superior em todas as partes do tanque.
Redução de oxigênio dissolvido é um indicador de alta carga afluente a ETE.
7 – Exigências Nutricionais
Os principais nutrientes que muitas vezes necessitam ser fornecidos em forma química são o nitrogênio e o fósforo. O requisito mínimo normal está relacionado com a DBO do efluente bruto (afluente), ou seja, DBO: N: P na relação 100:5:1 (mg/L).
8 – IVL (mL/g)
IVL nada mais é do que um volume específico, definido como o volume em mL ocupado por 1 grama de lodo depois de sedimentar por 30 min em cone Imhoff, logo, valores elevados representem um lodo de baixa densidade, e, caso contrário, valores baixos indicam um lodo compacto.
9 – Recirculação de Lodo
Tão importante quanto o descarte de lodo, a recirculação deve ser rigorosamente controlada, principalmente quando a estação se encontra sujeita a choques de carga.
O propósito do retorno de lodo é manter a concentração de sólidos no reator, tal que o grau de tratamento desejado possa ser atingido em determinado intervalo de tempo. O RAS é a característica essencial do processo.
Muitas técnicas podem ser utilizadas para calcular a vazão desejável de lodo de retorno. A estratégia de controle é manter a concentração de SSV no reator ou manter uma profundidade determinada da manta de lodo no decantador secundário. As técnicas mais comuns são:
– Sedimentabilidade;
– Controle do nível da manta de lodo;
– Balanço de massa do decantador secundário;
– Balanço de massa do reator;
– Qualidade de lodo.
10 – Lodo excedente produzido (Kg/d)
O excesso de lodo ativado produzido por dia deve ser descartado para manter um dado A/M ou a idade de lodo. A prática mais comum é descartar o lodo da linha de retorno devido à alta concentração de sólidos e assim necessitar de unidades menores de tratamento e manuseio.
O descarte do lodo é uma operação de vital importância no desempenho da estação de tratamento, e nada mais é do que a retirada do excesso de lodo no sistema.