12 parâmetros relacionados ao tratamento de efluentes que você precisa conhecer

12 parâmetros relacionados ao tratamento de efluentes que você precisa conhecer

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Quais os parâmetros no tratamento de efluentes que você conhece? 

Veja as variáveis mais importantes e utilizadas no processo de tratamento de efluentes:

1. DBO – Demanda Bioquímica de Oxigênio

Retrata a quantidade de oxigênio requerida para estabilizar, através de processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea.

É uma indicação indireta, portanto, do carbono orgânico biodegradável.

As principais vantagens do teste da DBO:

  • Indicação aproximada da fração biodegradável do despejo;
  • Indicação da taxa de degradação do despejo;
  • Indicação da taxa de consumo de oxigênio em função do tempo;
  • Determinação aproximada da quantidade de oxigênio requerido para estabilização biológica da matéria orgânica presente.

A DBO é um parâmetro que fornece a biodegradabilidade de um efluente.

A DBO é uma medida que determina a quantidade de Outilizado pelas bactérias para oxidar toda matéria orgânica solúvel no tempo de duração do ensaio (também são oxidados materiais inorgânicos, como sulfetos e íons Ferro).

Como trata-se de um ensaio em que se utiliza microorganismos e com variabilidade na amostragem o erro médio encontrado está na faixa de 20%.

2. DQO – Demanda Química de Oxigênio

Mede o consumo de oxigênio ocorrido durante a oxidação química da matéria orgânica.

As principais vantagens do teste da DQO:

  • O teste gasta apenas de 2 a 3 horas para ser realizado;
  • O resultado do teste dá uma indicação do oxigênio requerido para estabilização da matéria orgânica presente;
  • O teste não é afetado pela nitrificação, dando uma indicação da oxidação apenas da matéria orgânica carbonácea (e não da nitrogenada).

A DQO corresponde à quantidade de oxigênio necessária para oxidar, quimicamente, uma dada substância.

No caso, a oxidação é feita pela ação química do Cr2O7-2 ou do MnO4- em meio fortemente ácido.

3. OD – Concentração de oxigênio dissolvido

É a concentração de oxigênio (O2) contido na água

Importância: o oxigênio dissolvido é vital para os organismos aeróbios, além de ser o principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das águas por despejos orgânicos.

  • A solubilidade de OD varia com a altitude e temperatura;
  • Valores de OD superiores ao da saturação indica presença de algas, e valores inferiores, presença de matéria orgânica.
  • OD entre 4-5 mg/L morrem os peixes mais exigentes;
  • OD = 2 mg/L todos os peixes estão mortos e, OD = 0 mg/L tem-se condições de anaerobiose.
4. pH

O pH é uma forma de medir a quantidade de íons H+ em uma solução.

Importância:

  • pH baixo: corrosividade e agressividade nas águas de abastecimento;
  • pH elevado: possibilidade de incrustações;
  • Valores de pH afastados da neutralidade: podem afetar a vida aquática e os microrganismos responsáveis pelo tratamento biológico dos esgotos.
  • Diferentes valores de pH estão associados a diferentes faixas de atuação ótima de coagulantes.
  • O pH necessita ser corrigido antes e/ou depois da adição de químicos.
  • Um dos tratamentos para a remoção das substâncias coloidais (por exemplo, coagulação-floculação) depende do pH do despejo e portanto esse parâmetro deve ser mantido o mais próximo possível do valor do pH ótimo para esse processo.

Quando, numa mesma planta industrial se dispõem de correntes ácidas e alcalinas deve-se buscar a equalização das mesmas.

Essa equalização só deve ser aplicada no caso em que haja compatibilidade química entre as correntes

5. Nitrogênio

Dentro do ciclo do nitrogênio na biosfera, este alterna-se entre várias formas e estados de oxidação.

No meio aquático, o nitrogênio pode ser encontrado nas formas molecular, orgânico (dissolvido e em suspensão), amônia, nitrito e nitrato.

Importância:

  • Em elevadas concentrações causa eutrofização;
  • O nitrogênio consome oxigênio dissolvido do meio nos processos bioquímicos de conversão da amônia a nitrito e este a nitrato;
  • Na forma de amônia livre é diretamente tóxico aos peixes.
  • É necessário um balanço adequado entre C:N:P no esgoto para desenvolvimento de microrganismos.

6. Fósforo

Apresenta-se principalmente nas formas de ortofosfato, polifosfato e fósforo orgânico.

Importância: o fósforo não apresenta problemas de ordem sanitária, em excesso, causa eutrofização.

É necessário um balanço adequado entre C:N:P no esgoto para desenvolvimento de microrganismos;

P < 0,01 – 0,02 mg/L : não eutrófico

P > 0,05 mg/L : eutrófico

7. Sólidos totais, dissolvidos

O teor de matéria sólida é o de maior importância, em termos de dimensionamento e controle de operações das unidades de tratamento.

A remoção de matéria sólida é fonte de uma série de operações unitárias de tratamento, ainda que represente apenas cerca de 0,08% dos esgotos (a água compõe os restantes 99,92%).

  • Classificação pelas características físicas (dimensão das partículas): Sólidos em suspensão; sólidos coloidais; sólidos dissolvidos.
  • Classificação pelas características químicas: Sólidos orgânicos; sólidos inorgânicos; sólidos voláteis; sólidos fixos (secagem a 600 oC)
  • Classificação pela decantabilidade ou sedimentação: Sólidos em suspensão sedimentáveis; sólidos em suspensão não sedimentáveis e sólidos flutuantes.
8. Temperatura

É a grandeza que caracteriza o estado térmico de um corpo ou sistema.

Ela representa o grau de agitação das partículas de água e, quanto maior esta agitação, maior a temperatura.

Importância:

  • A temperatura pode afetar a quantidade de oxigênio dissolvido na água;
  • Quanto maior a temperatura, menor a quantidade de oxigênio nela dissolvido;
  • Isto também pode afetar o metabolismo dos microorganismos presentes no corpo d’água.
9. Alcalinidade

A alcalinidade da água é representada pela presença dos íons hidróxido, carbonato e bicarbonato.

A importância do conhecimento das concentrações deste íon permite a definição de dosagens de agentes floculantes, fornece informações sobre as características corrosivas ou incrustantes da água analisada.

Em geral, quanto maior o valor da alcalinidade, maior será a capacidade da água residuária manter seu pH próximo do neutro.

10. Sulfatos

O íon sulfato é um dos principais ânions presentes em águas naturais.

Em ambiente anaeróbio, os sulfatos geram sulfetos que são responsáveis por problemas de corrosão, pela emissão de odor desagradável e que, dependendo da concentração podem causar inibição a determinados processos biológicos como a metanogênese.

11. Óleos e Graxas

Óleos e graxas podem ser hidrocarbonetos derivados do refino do petróleo ou lipídios derivados de vegetais.

Além de provocarem obstrução em tubulações e redes coletoras de esgotos, também inibem processos biológicos de tratamento.

Como são menos densos que a água, eles se acumulam na superfície, formando um filme que impede as trocas gasosas entre a água e o ar e a entrada de luz, impedindo a fotossíntese de alguns microrganismos.

Além disso, podem envolver os organismos, impedindo sua respiração.

12. Metais Pesados

A União Européia (UE) define metal pesado como:

“qualquer composto de antimônio, arsênio, cádmio, crômo (VI), cobre, chumbo, mercúrio, níquel, selênio, telúrio, tálio ou estanho, ou estes elementos na forma metálica, desde que classificados de substâncias perigosas”

Porém, o termo “metal pesado” normalmente é relacionado à toxicidade e os elementos frequentemente associados a esta denominação não se limitam à lista da UE.

Os metais pesados presentes nos efluentes industriais reduzem a capacidade autodepurativa das águas, devido à ação tóxica que eles exercem sobre os microrganismos.

Esses microrganismos são os responsáveis pela recuperação das águas, através da decomposição dos materiais orgânicos que nelas são lançados.

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1 comentário


  1. Boa noite ,

    O peróxido de hidrogênio é utilizado na melhora da eficiência de uma Estação de Tratamento de Esgoto ou simplesmente é utilizado na melhora do Odor ?
    E como saber a quantidade a ser dosada ?

    Responder

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