Odor na ETE, como lidar com esse incômodo? 

Odor na ETE, como lidar com esse incômodo? 

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Antes de tratarmos sobre esse assunto, é válido ressaltar que plantas bem projetadas e bem operadas tem esse incomodo mitigado. Posto isso, agora sim vamos a questão do odor! 

Ah, antes é bom lembrar que odor não é um problema até os vizinhos reclamarem!

Assim, o controle de odor é um fator importante que afeta não só o desempenho da ETE como também  a relação com a comunidade. 

Os odores provenientes de estações de tratamento de efluentes, principalmente os domésticos, podem ser agrupados em duas classes: 

  • Redução de compostos como sulfeto de hidrogênio (H2S);
  • Oxidação de compostos como aldeídos.

Algumas das principais fontes de odor são: 

  • Efluentes sépticos contendo sulfeto de hidrogênio e compostos odoríferos; 
  • Resíduos industriais descartados na rede coletora das operadoras de saneamento;  
  • Resíduos sólidos gerados no tratamento de efluentes (material gradeado, areia, lodos) com frequência de remoção ou limpeza inadequada; 
  • Sobrecarga orgânica; 
  • Tratamento da fase sólida (condicionamento e desidratação do lodo); 
  • Queimadores de gás (ineficientes). 

Geração do odor 

Compostos de enxofre são gerados em condições anaeróbicas e seu odor pode ser perceptível mesmo em baixas concentrações.  

Os compostos como aminas e mercaptanos também são causadores de odor. Esses compostos orgânicos contêm enxofre ou azoto, que são notados pelo nariz humano mesmo em baixas concentrações. 

Veja na tabela abaixo alguns gases odoríferos encontrados em ETE  

Composto 

Limite de odor 

Limite de detecção 

Acetaldeído  0,004   
Alil mercaptano  0,00005  0,016 
Amônia   0,037   
Sulfeto de hidrogênio  0,00047   
Etanotiol  0,00019  0,0026 
Clorofenol  0,01  0,01 
Crotil mercaptana  0,000029  0,0077 
Dibutilamina  0,016   
Etilamina  0,83   
Metilamina  0,021   
Escatol  0,0012  0,223 
Piridina  0,0037   


Os compostos oxidados resultam da degradação intermediária de carboidratos, proteínas e gorduras presentes nos efluentes.
 

Esses produtos intermediários são responsável pelo odor de “mofo” associado aos processos biológicos, quando se tem oxigênio suficiente é claro, assim eles são decompostos em dióxido de carbono e água.  

Em geral nos tratamentos secundários (tanques de aeração), os hidrocarbonetos são decompostos em álcoois, depois em aldeídos e cetonas, e em seguida, em ácidos carboxílicos e, por fim, em dióxido de carbono e água. 

Embora os odores possam surgir no estágio de tratamento secundário, o maior potencial para geração de odores está associado ao tratamento preliminar e com o condicionamento, tratamento e disposição do lodo, ou seja, no tratamento da fase sólida.  

Controle de odor 

O controle de odores pode ser realizado por produtos químicos ou barreiras físicas.  

Os meios físicos incluem a utilização de cortinas verdes (cercas vivas) entre a ETE e a vizinhança e também a cobertura dos tanques. 

O controle de odores por meios químicos envolve a oxidação com ozônio, permanganato de potássio, ácido peracético e hipoclorito de sódio, são os mais utilizados. 

Os processos de tratamento biológico geralmente não são a principal fonte de odor, se bem operados.  

O controle de odores de processos de tratamento primário e biológico é alcançado via de regra por práticas operacionais que contemplam sempre um bom programa de limpeza, tempos de residência não demasiados evitando assim as condições sépticas, redução de turbulênica, manutenção das condições aeróbias no processo como o de lodos ativados. 

Ações emergenciais de curto prazo 

Há no mercado alguns mascarantes que podem ser utilizados como uma solução de curto prazo, funcionam produzindo um odor que é menos desagradável.  

O impacto do agente mascarante depende das condições ambientais e só é adequado para emissões de odor de baixa resistência. 

Deve-se ter cuidado ao utilizá-los, pois em alguns casos o odor resultante pode ser pior do que o odor original. 

E vale lembrar que o ideal é eliminar o agente causador do mau cheiro e não simplesmente mascarar! 

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2 Comentários


  1. Flavia eu trabalhro com controle de odor em ete ha mais de 15 anos e nossa empresa tem um produto sem odor mascarante , ele e totalmente neutralizante . Bom seu artigo mas existem outrs solucoes.

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