Reading time: 3 minutes
No cenário atual de gestão de recursos hídricos, entender o papel do pH no tratamento de águas e efluentes não é apenas uma questão técnica, mas uma necessidade crucial para a sustentabilidade ambiental e a eficiência operacional.
O que é pH e sua fundamentação científica
O potencial hidrogeniônico, ou simplesmente pH, é uma medida que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma solução aquosa.
O pH é determinado pela concentração de íons hidrogênio H+ e influencia diretamente em reações químicas e biológicas essenciais nos processos de tratamento.
Sua escala varia entre 0 a 14. Quanto mais baixo é o valor, mais ácida é a de solução e quanto mais alto é o valor, mais alcalina é a solução. Chamamos o ponto 7 de neutro.
Mas você sabe qual a importância deste parâmetro nos tratamentos?
No tratamento de água é importante em diversos processos como: coagulação química, onde por exemplo, utilizando o sulfato de alumínio para águas naturais turvas, o resultado é satisfatório quando o pH está na faixa de 7,0 a 8,0. Já nas águas com cor elevada, o pH ideal deve estar em 4,0 e 6,0.
Assim, águas com turbidez alta coagulam em pH alcalino e águas com cor elevada coagulam em pH ácido.
No processo de desinfecção indica-se realizar em pH ácido.
Constantemente, o pH precisa ser corrigido antes e/ou depois da adição de produtos químicos no tratamento, pois pH baixo resulta em corrosividade e agressividade das águas de abastecimento.
Essa corrosão pode adicionar constituintes tais como ferro, cobre, chumbo,
zinco e cádmio na água. Com o pH elevado existe a possibilidade de incrustações nas tubulações de abastecimento.
No tratamento de efluentes (tratamentos biológicos aeróbicos), o pH influencia no desenvolvimento dos microrganismos em uma faixa ideal e na oxidação da amônia a nitrato, (nitrificação), que é um efeito desejável e leva a um consumo alcalino do meio e a consequente queda de pH, exigindo, em certas circunstâncias, a alcalinização artificial.
Nos tratamentos físico-químicos, o pH é muito utilizado principalmente nos seguintes processos:
- Precipitação de alguns metais tóxicos (por exemplo, Cromo Hexavalente em pH ácido);
- Oxidação de cianeto (pH alcalino) e de outros contaminantes;
- Quebra de emulsões oleosas (pH ácido);
- Coagulação e floculação.
Para lançamento de efluentes em corpos receptores ou em rede pública, também é necessário o ajuste do pH faixas entre 5,0 a 9,0, conforme CONAMA 430.
Medição do pH
No mercado existem diversos tipos de pHmetros, sondas e eletrodos de pH e você precisa conhecer o básico para conservar seu equipamento e garantir suas medições.
Aqui vão algumas dicas:
- Manter a sonda e eletrodo limpo (realizar a limpeza conforme manual);
- Manter o eletrodo em solução KCl 3M, trocando as soluções com frequência para evitar contaminações;
- Não deixar o eletrodo seco, recarregando-o com a solução adequada, quando aplicável;
- Realizar aferição do pHmetro frequentemente, utilizando soluções tampões dentro do prazo de vencimento. E uma observação importante: descarte a solução após a aferição;
- Manter a calibração do equipamento em dia;
- Leia sempre o manual de instruções do seu aparelho e mantenha seus procedimentos e registros atualizados;
- Os papéis indicadores de pH não são recomendados devido à precisão da análise, porém, se for utilizá-los, não poderão ser recortados.
Este artigo tem como objetivo fornecer uma visão clara sobre a importância do pH no contexto do tratamento de águas e efluentes, lembrando que um controle efetivo é fundamental para a proteção ambiental e para a eficiência operacional das estações de tratamento.