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A potabilidade da água, ou “Água potável” significa simplesmente água que é segura para beber, e como já sabemos, está se tornando cada vez mais escassa no mundo.
O aumento da demanda de água doce em todo o mundo, e uma lista aparentemente interminável de contaminantes podem transformar a água potável em perigo para a saúde ou simplesmente torná-la inaceitável.
Do volume total de água disponível no Planeta Terra, 96,54% estão nos mares e oceanos, 1,74% estariam em calotas de gelos e geleiras, 1,69% como água subterrânea e os outros 0,03% estão distribuídos entre lagos, solo, atmosfera, áreas úmidas, rios e organismos.
Apenas 0,27% da água está disponível para o consumo humano, e aí entra a potabilidade, nosso principal desafio.
Neste artigo vamos abordar as principais substâncias que impactam no tratamento de água e consequentemente na sua potabilidade.
Podemos dividir essas substâncias como: inconvenientes de ordem econômica, indicadoras de contaminação e relacionadas a potabilidade.
Vamos lá então?
Substâncias relacionadas com inconvenientes de ordem econômica
Dureza: a dureza está relacionada à presença de sais de cálcio e magnésio. Os ions Ca2+ e Mg2+ reagem com o sabão, formando precipitados e impedindo a formação de espuma.
Além disso, produzem incrustações nos sistemas de água quente.
Bicarbonatos de cálcio e magnésio são denominados de “dureza temporária”, os demais sais de Ca2+ e Mg2+ são removidos apenas por tratamento químico adequado, sendo então determinados por “dureza permanente”.
Alcalinidade: a água potável deve ser isenta de alcalinidade a hidróxidos.
Tem grande significaria, no controle do processo de tratamento de água.
Alcalinidade é uma propriedade de água que permite a neutralidade ou redução de suas características ácidas. Esta propriedade é devido a presença de hidróxidos (OH–), (CO3-) e bicarbonatos (HCO3-).
A presença de carbonatos e bicarbonatos é derivada da presença de CO2, sendo este absorvido do ar e/ou produzido pela decomposição de matéria orgânica através de ação bacteriana.
A alcalinidade é fator essencial para que ocorra o processo de coagulação no tratamento de água, na redução da dureza e prevenção de corrosão na tubulação de ferro fundido.
Gás Carbônico: muito agressivo as tubulações metálicas ou de concreto, sendo um dos principais agentes da corrosão.
Substâncias indicadoras de contaminação
Nitrogênio: em suas várias formas de ocorrência, nitrogênio amoniacal, nitritos e nitratos.
Estão intimamente relacionados com contaminação por esgotos sanitários.
Cloretos: altas concentrações podem trazer restrições ao sabor da água. A
s águas naturais apresentam teores diferentes nas várias regiões geográficas.
Em cada região o teor de cloreto se mantém mais ou menos constante, um aumento sensível ao teor normal, pode indicar poluição por excretas ou resíduos industriais.
Oxigênio Consumido: a matéria orgânica presente nas águas naturais é proveniente de matéria vegetal em decomposição e dos produtos de excreção dos animais e seres humanos.
Estas substâncias contaminam a água e podem provocar alterações estéticas (odor, sabor, cor, turbidez), assim como problemas sanitários.
A matéria orgânica pode ser quantificada através do agente químico consumida para a oxidação.
Substâncias relacionadas com a potabilidade
Chumbo: a presença do chumbo no corpo humano pode ser prejudicial e até mesmo letal.
O envenenamento pode resultar da acumulação de chumbo no corpo.
A sua toxidez é caracterizada por queimadura na boca, sede intensa, inflamação do trato gastrointestinal, ocasionando diarreias e vômitos.
A toxidez crônica produz anorexia (falta de apetite), náusea, vômitos, dores abdominais, confusão mental, distúrbios visuais, anemia e convulsões.
Flúor: encontrado em maior quantidade nas águas subterrâneas que nas superficiais.
São amplamente conhecidos os efeitos benéficos dos fluoretos na prevenção de cáries.
Todavia, quando presentes, em concentração muito elevadas, podem, eventualmente, causa a fluorose dentária e danos na formação do sistema ósseo.
Quer conhecer mais sobre Fluoretação, temos um artigo especialmente sobre esse assunto.
Arsênico: sua presença natural nas águas é principalmente nas subterrâneas e em algumas superficiais. Tem estado associado a substâncias cancerígenas.
Selênio: embora o selênio pode estar presente nas águas naturais, são os alimentos a sua maior fonte.
Acima de uma certa concentração é muito tóxico.
Os sais de selênio são absorvidos pelo trato gastrointestinal e eliminados pela urina.
A retenção é alta no fígado e rins.
A toxidez aguda é caracterizada por irritabilidade, vômitos, tosse, convulsão, dor abdominal, diarreia, hipotensão e deficiência respiratória (dispneia).
Cromo Hexavalente: é raramente encontrado nas águas naturais, contudo, pode ocorrer como contaminante das águas sujeitas a despejos industriais, tais como, curtume, refrigeração, indústria de cromatos.
É altamente tóxico e sua inalação pode até causar câncer.
Cobre: está geralmente presente em pequenas concentrações nas águas de superfície e subterrâneas.
Elevadas concentrações podem produzir vômitos e uma ingestão oral muito prolongada pode ocasionar estragos ao fígado.
Sulfato: encontra-se nas águas, como resultante da lixiviação do gesso e de outros minerais comuns. Tanto o sulfato de sódio como o de magnésio possuem efeito laxativo.
Fenóis: a origem dos compostos fenólicos são os despejos industriais, oxidação de defensivos agrícolas organofosforados, etc.
Afetam as propriedades organolépticas da água para consumo humano, são tóxicos.
Em presença do cloro formam clorofenóis, de cheiro característico mesmo em pequenas concentrações.
Agora que você já conheceu as principais substâncias que interferem na potabilidade da água, nosso AcquaBlog está recheado de artigos sobre tratamento de água e efluentes, continue navegando.