O uso de ferramentas da qualidade para solucionar problemas em uma ETE e ETA

O uso de ferramentas da qualidade para solucionar problemas em uma ETE e ETA

Tempo de leitura: 5 minutos

5
(6)

Você sabia que é possível utilizar as ferramentas da qualidade para solucionar problemas em sua Estação de Tratamento de Águas e Efluentes?

Todos nós que operamos uma Estação nos deparamos diariamente com problemas, que vão desde um pequeno vazamento até uma baixa eficiência de processo, podendo gerar uma enorme dor de cabeça, inclusive multas!

Sendo assim, vou mostrar para vocês que é possível trazer os conceitos e aplicar as ferramentas de qualidade na nossa área. Vamos lá?

No decorrer deste artigo, você conhecerá algumas definições e metodologias que poderão ser utilizadas no seu dia-a-dia proporcionando uma rápida resolução dos problemas.

Fazer certo desde a primeira vez! Atualmente, é este o significado de Qualidade, que terá como resultado o atendimento aos requisitos de especificação e do cliente. E lógico, todo esse conceito é aplicável nas ETEs e ETAs.

A seguir, você vai conhecer alguns conceitos básicos e importantes.

  • Não Conformidade: não atendimento a um requisito, como por exemplo, um efluente tratado com parâmetro fora do especificado para o descarte em um corpo d’água;
  • Correção: é a ação de contenção imediata após a detecção do desvio, como bloqueio de um lote de produto químico contaminado ou um efluente com parâmetro fora do especificado e que deverá ficar estocado até a realização de um novo tratamento;
  • Ação Corretiva: é a ação que será realizada após a detecção das causas do problema, podendo ser utilizado ferramentas para a investigação;
  • Ação Preventiva: deve ser implementada para eliminar as causas (potenciais) de uma possível não-conformidade, a fim de prevenir sua ocorrência.

Agora que você já conhece alguns conceitos, vamos te indicar algumas ferramentas da qualidade que podem auxiliar na resolução dos problemas.

Brainstorming

Também conhecido como “tempestade de ideias”, é utilizado para gerar possíveis causas e ideias a serem utilizadas para propor ações. Deve-se seguir 5 passos para a execução:

  1. Montar um grupo de discussão;
  2. Eleger uma pessoa para registrar as ideias e ações;
  3. Perguntar a um participante por vez para contribuir com ideias, com suas percepções do problema. Não deve haver avaliação, crítica ou outros comentários;
  4. Deve se encorajar ideias criativas;
  5. Avaliar as ideias mais impactantes e viáveis e discutir como aplicá-las.

O melhor momento de ser realizado este processo é logo após a detecção do desvio ou no Gemba, que será o próximo assunto.

Gemba

É um conceito de origem japonesa que incentiva os funcionários a visitar o local onde as atividades que geram valor realmente acontecem, ou seja, é muito importante você caminhar na sua estação em busca de oportunidades e evidências das causas dos seus desvios.

E lembre-se, são os operadores que estão executando a operação que serão as melhores fontes de informação, pois são eles que conhecem todo o processo, portanto, podem e devem ser incluídos nas discussões para investigação das não conformidades.

Diagrama de Causa e Efeito

Também conhecido com Diagrama de Ishikawa ou Espinha de Peixe, é uma ferramenta útil para descobrir organizar e resumir o conhecimento do grupo a respeito das causas que levam à variação e ao problema.

E quais os passos para se construir o diagrama?

  1. Escolha o efeito/problema a ser estudado;
  2. Desenhe uma estrutura básica para o diagrama de causa e efeito com o efeito em uma caixa do lado direito;
  3. Use um processo de brainstorming para produzir as principais possíveis causas. As categorias gerais que podem ser utilizadas são: pessoas, materiais, métodos, máquinas, medição/gestão e ambiente; e
  4. Faça um brainstorming das possíveis sub-causas para cada uma das categorias. Podem ser criados outros ramos se necessário maior detalhamento.

Método 5 Porquês

É uma ferramenta que consiste em perguntar 5 vezes o porquê de um problema ou defeito, a fim de descobrir a causa raiz.

Na prática, pode ser que não seja necessário perguntar 5 vezes “por quê” ou que seja necessário realizar mais de 5 questionamentos para identificar a causa raiz de um problema.

Pode ser feita em 02 passos:

  1. Identifique o problema e agende uma reunião com os principais envolvidos/afetados pelo problema;
  2. Pergunte “Por quê?”

O mediador da reunião deve perguntar aos presentes por quê o problema identificado aconteceu ou vem acontecendo. A pergunta deve ser clara e objetiva.

Com a resposta do primeiro “por quê” feita, utilizando essa mesma abordagem, pergunte “por quê” sucessivamente.

E aqui vai uma dica: as três ferramentas apresentadas podem ser utilizadas juntas, pois você conseguirá se aprofundar ainda mais nas investigações e ter assertividade para encontrar a causa raiz do problema.

E finalmente, após encontrar as causas, você deverá traçar o seu Plano de Ação, contendo as atividades que deverão ser executadas, prazo, responsáveis e custos, tudo de forma organizada através de um sistema ou em uma planilha de excel.

O importante é manter os registros com qualidade de informação e organizados.

Agora que você conheceu algumas das ferramentas da qualidade mais importantes e utilizadas nas grandes empresas para auxiliar nas resoluções dos problemas e como elas podem ser utilizadas em uma ETE ou ETA, é hora de formar seu time e mãos a obra.

Quanto mais pessoas envolvidas e pensando em um problema, maiores serão as chances de se chegar na solução adequada.

Pense nisso!

O que você achou do post?

Avalie-nos

Média da classificação 5 / 5. Número de votos: 6

Nenhum voto até agora! Seja o primeiro a avaliar este post.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.

error: Este conteúdo está protegido pela Lei de Direitos Autorais!!!